domingo, 18 de abril de 2021

Sete Poemas de Biláh declamados por Anand Rao

Um comentário:


  1. Insônia II

    Quando acordo
    nas madrugadas
    o pensamento vai longe
    Resolvo velhos problemas
    Às vezes invento novos

























    CIO DE VERSOS


    Latejam em mim
    sons indecifráveis
    letras embaralhadas

    Latejam sangue virgem
    odores, ar perfumado
    letras desencontradas

    Onde o falo organizador?
    Onde as pausas do entendimento?
    Onde o movimento?

    Vento penetra a mente
    Bolhas de ar se instalam
    Letras se juntam e separam

    Cio de versos diversos
    no ventre juntam palavras
    Nascem poema e poeta










    Desvelo

    se me escondo em máscaras
    revelo o disfarce

    se oculto as raivas
    revelo o medo

    se desconheço as mudanças
    revelo a permanência

    em tudo que escondo
    há desvelar de sentimentos


















    Entre Formigas

    Filas intermináveis
    seguiam
    Levavam folhas
    insetos dissecados
    muitos tão maiores...
    uns amores

    Olhos infantis
    seguiam
    Tentavam o início
    e o fim da fila
    Que força para levar tanto!
    Que encanto!

    Hoje, quase velha
    meus olhos seguem
    deslumbrada
    sem saber ainda
    do início e do fim









    Entrega

    Deixe-me adormecer
    em seus braços

    Deixe-me conhecer
    sua alma
    em compasso de espera

    Nossa primeira vez
    será mágica
    Desejo de estar
    tão junto, tão junto
    que o interno se encontre
    e se reconheça

    Nossa primeira vez
    não terá pressa

    Irá construir
    o tempo certo










    Insone

    Ploc ploc ploc
    bate a chuva na janela
    Quer entrar
    lavar o quarto
    levar-me na enxurrada

    Eu, deitada, digo não!

    Por vingança
    em seu barulho
    diz a chuva:
    Roubo-lhe o sono!
    Me ouvirá até amanhã!
















    PARTO POÉTICO


    O relógio digital
    me diz: Hora de dormir!

    O relógio biológico
    diz: Hora de descansar!

    O relógio emocional
    diz: Escreva! Hora de dizer

    da palavra guardada
    que quer nascer!















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