Enganos
Meus olhos não me veem, preciso
espelhos
Espelhos refletem imagens não
verdadeiras
Dependem dos cristais e cristalinos
Ora me devolvem bem mais cheia,
ora emagrecem a silhueta
ora dão-me marcas em profundeza
ora mostram plástica passageira
Fica a dúvida da beleza que ora falam
se gerada pelos olhos, em sinceridade
se mostrada por bajulo, sem verdade
Então volto a atenção a outros
dotes
invisíveis aos espelhos e aos olhos
e neles me encontro por inteira.
Bilá Bernardes
Gostei muito Bilá, especialmente do espelho interno.
ResponderExcluirObrigada, Catarina! Sempre presente com comentários e incentivos.
ResponderExcluirRecebi por email:
ResponderExcluir"O título já revela o conteúdo do poema.
Empregando conjunções alternativas, a artista mostra, sutilmente, a alternância de imagens refletidas pelo espelho. Imagens que refletem, antes, quem sabe, a interioridade, a auto-estima de quem se contempla, nem tanto dependendo dos cristais e cristalinos.
Os cristais deixam dúvida, e a poeta busca nos cristalinos, uma ideia de como
seja a sua imagem. Porém ela questiona a sinceridade ou falsidade destes. E tais como a do
espelho a imagem não lhe aparece convincente.
A autenticidade de sua imagem não se confirma e a escritora busca em si, o que é essencial, o que é invisível aos olhos. valores que não dependem nem de cristais ou cristalinos. Aí ela se
encontra, acredita, fica...
Maria Angélica, gosto muito de seus poemas, seu estilo, sua cosmovisão... É uma artista com
todas a letras. Parabéns! Sua sensibilidade nos encanta!
Mas eu quero falar deste poema. Este mexeu comigo de um jeito!...
Você me mostra um caminho, onde há autenticidade, verdade, quietude, calma...
Obrigada pela lição de vida tão sincera!
Didi"